A Técnica dos 8D - Solução de problemas e melhoria

 

A Técnica dos 8D - Solução de problemas e melhoria 

por Adson Naccarati


A técnica dos 8D, também conhecida como 8 Disciplinas, é uma abordagem estruturada utilizada para resolver problemas e lidar com situações de não conformidade em processos industriais. Ela foi desenvolvida como uma metodologia para identificar as causas raiz de um problema, implementar ações corretivas e preventivas, e evitar a recorrência de falhas.

O "D" em 8D representa cada uma das oito disciplinas que compõem essa técnica


É importante observar que a técnica dos 8ds está dividida em 2 etapas bastante distintas, uma dessas etapas é a identificação das 8 disciplinas e a outra etapa é a aplicação de várias ferramentas que apoiam a execução destas 8 disciplinas.

Existe uma confusão muito comum, de que estas ferramentas são o próprio 8d, mas na verdade, as ferramentas são a maneira física de desempenhar e executar as disciplinas previstas na técnica.

Neste artigo vamos separar e explicar cada um desses conceitos


Ferramentas

 

Tempestade de idéias (Brainstorm).

 

       Brainstorm é uma técnica de geração de ideias em grupo, estimulando a criatividade e o pensamento livre, visando encontrar soluções e insights inovadores.

       Reflita sobre cada ideia levantada, promova o debate construtivo e inspire-se nas contribuições dos participantes. Explore diferentes perspectivas e incentive a colaboração. Ao final, avalie as ideias e selecione as mais promissoras para desenvolver e implementar.

       Reúna um grupo diversificado, defina o tema, estabeleça regras de não julgamento, estimule o fluxo livre de ideias e anote tudo. Priorize e desenvolva as melhores propostas.

 

Diagrama causa-e-efeito (Espinha de Peixe).


       O Diagrama causa-e-efeito, também conhecido como Espinha de Peixe, é uma ferramenta visual que identifica as causas raiz de um problema, mapeando suas diferentes categorias e relacionamentos.

        Ele é representado por um eixo central, o "espinha de peixe", no qual são conectados ramos que representam as diferentes categorias de causas, como pessoas, processos, materiais e ambiente. Essa técnica auxilia na análise aprofundada das causas do problema, possibilitando a tomada de ações corretivas mais efetivas.

       O Diagrama causa-e-efeito é amplamente utilizado em processos de melhoria contínua e resolução de problemas, contribuindo para uma abordagem mais estruturada e sistemática.

 

O Diagrama de Pareto

 

       É uma ferramenta de análise que ajuda a identificar e priorizar os principais problemas ou causas de um determinado fenômeno. O princípio de Pareto, afirma que a maioria dos efeitos é causada por uma minoria das causas, o diagrama exibe as causas em ordem decrescente de importância, permitindo focar nos itens mais impactantes.

       É r um gráfico de barras que representa as frequências ou impactos das causas, juntamente com uma linha acumulada que mostra a contribuição percentual acumulada. Dessa forma, o Diagrama de Pareto auxilia na alocação eficiente de recursos para abordar os problemas mais significativos, resultando em melhorias significativas e maximização dos esforços de solução de problemas.

 

 

Histograma (Gráfico de Barras)

 

       Histograma é um gráfico de barras utilizado para representar a distribuição de dados em diferentes intervalos. Ele permite visualizar a frequência ou a quantidade de ocorrências de cada valor, fornecendo insights sobre padrões, tendências e variações dos dados analisados.

 

Ciclo P.E.V.A.  (P.D.C.A.).



• O ciclo P.E.V.A. é amplamente utilizado para alcançar metas, resolver problemas e promover a excelência nos processos organizacionais.

   O Ciclo P.E.V.A., também conhecido como P.D.C.A., é uma metodologia de gestão que envolve quatro etapas: Planejar, Executar, Verificar e Agir. Essa abordagem visa a melhoria contínua, promovendo o planejamento de ações, a execução dos planos, a verificação dos resultados obtidos e a implementação de ajustes e correções necessárias.

 

Carta de Controle (atributo e variável).

 

       A Carta de Controle é uma ferramenta estatística usada para monitorar e controlar a qualidade de um processo. A Carta de Controle de Atributos é usada quando os dados são expressos em termos de "sim" ou "não". A Carta de Controle de Variáveis é usada quando os dados são mensuráveis e contínuos.

       A Carta de Controle de Atributos é baseada na contagem ou proporção de itens defeituosos, exibindo limites de controle para ajudar a identificar se um processo está fora de controle. Já a Carta de Controle de Variáveis é baseada em medições numéricas, mostrando limites de controle superiores e inferiores para avaliar a variabilidade do processo. Ambas as cartas permitem a detecção de variações e desvios significativos, auxiliando na tomada de decisões e na implementação de ações corretivas para manter a estabilidade e a qualidade do processo.

 

Estudo de capacidade (capabilidade).

 

       Também conhecido como Capabilidade, é uma análise estatística que avalia a habilidade de um processo de atender às especificações.

       Mede a variação do processo em relação aos limites estabelecidos, fornecendo informações sobre a capacidade do processo em produzir produtos ou serviços dentro dos requisitos desejados.

       Auxilia na identificação de possíveis melhorias e na garantia da qualidade dos produtos ou serviços entregues.

 

 

AS DISCIPLINAS

 

Agora que já vimos as ferramentas, vamos às 8 disciplinas que dão o nome a técnica e como usar as ferramentas vistas aqui. Note que outras ferramantas podem ser usadas em situações específicas.

 

Disciplina 1: Estabelecer a equipe e identificar o problema.

       Nesta etapa, a equipe responsável pelo problema é formada. Utilizando a tempestade de ideias (brainstorm), os membros da equipe podem se reunir para gerar o máximo de ideias possíveis sobre as possíveis causas do aumento dos defeitos.

Disciplina 2: Definir o escopo do problema

       O diagrama causa-e-efeito (Espinha de Peixe) pode ser utilizado para organizar as ideias geradas na tempestade de ideias. As principais categorias do diagrama, como Mão de obra, Método, Matéria-prima, Máquina, Medição e Meio ambiente, podem ser usadas para agrupar as causas potenciais dos defeitos.

Disciplina 3: Realizar uma análise detalhada da causa raiz

       Com base nas causas potenciais identificadas no diagrama causa-e-efeito, a equipe pode usar o Diagrama de Pareto para priorizar as causas mais relevantes e impactantes. O Diagrama de Pareto ajuda a identificar as causas principais que estão contribuindo para a maioria dos defeitos.

Disciplina 4: Desenvolver e implementar ações corretivas.

       Nesta etapa, é necessário entender melhor a natureza dos defeitos. Um histograma (gráfico de barras) pode ser criado para visualizar a distribuição dos defeitos em relação às características do produto. Isso ajuda a identificar padrões e tendências nos defeitos, bem como a determinar quais características precisam de ações corretivas específicas.

Disciplina 5: Verificar a eficácia das ações corretivas

       Utilizando o ciclo PDCA, também conhecido como PEVA (Planejar, Executar, Verificar, Agir), as ações corretivas são implementadas e os resultados são monitorados. Cartas de controle (atributo e variável) são úteis para acompanhar a estabilidade do processo e verificar se as ações corretivas estão levando a melhorias sustentáveis.

Disciplina 6: Prevenir a ocorrência de problemas semelhantes

       Durante o estudo de capacidade (capabilidade), a equipe analisa os resultados obtidos após a implementação das ações corretivas. Os índices de capacidade do processo, como Cp, Cpk, Pp e Ppk, são calculados para avaliar se o processo atende às especificações. Isso ajuda a determinar se o processo está sob controle e capaz de produzir produtos dentro dos limites aceitáveis

Disciplina 7: Reconhecer a equipe

       Ao final do processo de solução do problema, é importante reconhecer a equipe pelo trabalho realizado. Os membros da equipe devem ser reconhecidos e recompensados pelo esforço e contribuição para a solução do problema.

Disciplina 8: Documentar o aprendizado.

Aprendizados e lições aprendidas: Destaque os principais aprendizados obtidos ao longo do processo.

 Documentação visual: além de registros escritos, considere a inclusão de elementos visuais, como fotos, diagramas, gráficos ou ilustrações.

 Compartilhamento e acesso: garanta que a documentação esteja facilmente acessível a todas as partes interessadas relevantes. Isso pode envolver o uso de plataformas de compartilhamento de documentos ou sistemas internos de gerenciamento de conhecimento.

 Revisão e atualização: periodicamente, reveja e atualize a documentação dos 8D para garantir sua precisão e relevância contínuas. Isso permite que os aprendizados sejam incorporados em futuros projetos e problemas semelhantes.

 

Agora que você já viu de uma maneira bastante clara o que é a técnica dos 8D, lembre-se que as disciplinas criam uma metodologia de abordagem para resolução de situações que podem ser as mais diversas, incluindo situações simples de melhoria contínua.

Veja também que outras ferramentas podem ser utilizadas dentro de cada uma das disciplinas, o importante é que você faça uma inteligência sobre o assunto e trace uma estratégia com a sua equipe, para poder aproveitar o melhor dos 8D.

Quer saber mais? Consulte-nos!

www.anaccarati.com.br

 

 

 

Comentários

Postagens mais visitadas